domingo, 4 de setembro de 2016

A Afabilidade e a Doçura


Instruções dos Espíritos

Lázaro - Paris, 1861.

6 - Aquele que ama o próximo é bondoso para com os semelhantes. Essa bondade se manifesta através da afabilidade e da doçura. Entretanto, nem sempre se deve confiar nas aparências. Uma pessoa bem educada e experiente pode parecer possuir as qualidade da afabilidade e da doçura. Muitos apenas fingem ter a bondade. Utilizam-na apenas como uma máscara para uso externo, como se fosse um traje, cuja aparência bem talhada disfarça as deformidades do corpo! O mundo está cheio desse tipo de pessoas que têm o sorriso nos lábios e o veneno no coração; que são mansas desde que nada as incomode, mas que agridem à menor contrariedade; que costumam falar bem quando estão pela frente, mas, pelas costas, suas palavras transformam-se em dardos venenosos.

A essa classe pertencem, ainda, os homens que são bondosos quando estão fora de casa, mas que no lar são verdadeiros tiranos, fazendo com que sua família e seus subordinados suportem o peso de seu orgulho e de sua opressão. Compensam, assim, o constrangimento a que se submetem quando estão fora. Não ousando impor sua autoridade aos estranhos, pois estes os recolocariam em seu lugar, querem, pelo menos, ser temidos por aqueles que não podem dizer: "Aqui eu mando e sou obedecido", sem lhes ocorrer que poderiam acrescentar: "e sou detestado".

Não basta que os lábios falem leite e mel, se o coração nada tem a ver com isso; trata-se de pura hipocrisia. Aquele, cuja afabilidade e doçura não são fingidas, nunca se contradiz. É sempre o mesmo, diante da sociedade ou na intimidade, pois ele sabe que pelas aparências pode enganar os homens, mas não pode enganar a Deus.

O Evangelho Segundo o Espiritismo | Allan Kardec | Por Claudio Damasceno Ferreira Junior | Capítulo 9 | Página 122 | Bem-aventurados os Mansos e Pacíficos

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