segunda-feira, 28 de novembro de 2022

Não Se Pode Servir A Deus E A Mamon

CAPÍTULO XVI

Não Se Pode Servir 
A Deus E A Mamon

• Salvação dos Ricos
•  Resguardar-se Da Avareza • Jesus Na Casa de Zaqueu
• Parábola do Mau Rico • Parábola dos Talentos
• Utilidade Providencial da Riqueza - Provas da Riqueza e da Miséria
• Desigualdade das Riquezas



Instruções Dos Espíritos:

• A Verdadeira Propriedade
• Emprego da Riqueza
• Desprendimento dos Bens Terrenos
• Transmissão da Riqueza


Salvação dos Ricos

1. Ninguém pode servir a dois senhores porque, ou ele vai odiar a um e amar o outro, ou vai se afeiçoar a um e desprezar o outro. Não se pode servir ao mesmo tempo a Deus e a Mamon (Lucas, 16:13).

2. Um jovem aproximou-se de Jesus e perguntou: "Bom Mestre, o que devo fazer para alcançar a vida eterna?". E Jesus lhe respondeu: "Por que você Me chama de bom? Só Deus é bom. Se você quer alcançar a vida eterna, siga os mandamentos." "Que mandamentos?", perguntou o jovem. E Jesus respondeu: "Não matar, não cometer adultério, não roubar, não prestar falso testemunho, honrar o pai e a mãe, e amar o próximo como a si mesmo." O jovem, então, replicou: "Sigo todos esses mandamentos desde que cheguei à mocidade, o que ainda me falta?". E Jesus respondeu: "Se você quer alcançar a vida eterna, venda tudo o que tem e dê aos pobres, e então receberá um tesouro no Céu, depois venha e Me siga." Porém, o jovem, ouvindo essas palavras, retirou-se, muito triste, porque possuía muitos bens. Então, Jesus disse a Seus discípulos: "Em verdade, Eu digo a vocês que é bem difícil um rico entrar no Reino dos Céus." E acrescentou: "É mais fácil um camelo passar pelo buraco de uma agulha, do que que um rico entrar no Reino dos Céus." (Mateus, 16:19 a 24; Lucas, 18:18 a 25; Marcos, 10:17 a 25).


Resguardar a Avareza

3. No meio da multidão, um homem disse a Jesus: "Mestre, ordena a meu irmão que divida comigo a herança que recebemos." E Jesus lhe perguntou: "Homem, que lhe disse que Eu sou juiz para fazer partilhas?". Depois acrescentou: "Tenha cuidado para não ser avarento, porque a nossa vida não dependerá da abundância dos bens que possuímos."

Jesus depois lhe contou essa parábola: "Existia um homem rico, cujas terras haviam produzido muito, e esse homem pensava consigo mesmo: O que farei? Não tenho lugar para guardar tudo o que vou colher. Já sei, pensou ele: derrubarei os meus celeiros e construirei outros maiores ainda, onde colocarei toda minha colheita e todos os meus bens, e então direi a minha alma: você tem agora muitos bens de reserva que irão durar anos. Descanse, coma, beba, divirta-se." Porém, Deus, nesse mesmo instante, disse a esse homem: "Como você é insensato! Sua alma será arrebatada ainda esta noite, e para quem ficará tudo o que acumulou?".

"O mesmo acontece com aquele que guarda tesouros para si mesmo, mas não é rico perante Deus." (Lucas, 12:13 a 21)


Jesus Na Casa De Zaqueu

4. Jesus entrou em Jericó e atravessou a cidade. Lá existia um homem muito rico chamado Zaqueu, que era chefe dos publicanos. Zaqueu queria encontrar Jesus para conhecê-Lo, mas não conseguia devido à multidão e à sua baixa estatura. Assim, correu na frente e subiu em uma grande árvore para vê-Lo, pois Ele deveria passar por ali. Quando Jesus chegou, levantou os olhos e, vendo Zaqueu desceu, rápido, e O recebeu com alegria. Vendo isso, todos murmuraram, dizendo: "Ele vai se hospedar na casa de um homem de má conduta?" (ver, ma Introdução desta obra: Publicanos).

Entretanto, Zaqueu apresentou-se diante de Jesus e Lhe disse: "Senhor, dou a metade dos meus bens ao pobres, e, se fiz o mal a quem quer que seja, pago-lhe quatro vezes mais." E Jesus lhe respondeu: "Esta casa recebeu hoje a salvação, pois você também é filho de Abraão. Porque Eu vim para procurar e salvar o que estava perdido." (Lucas, 19:1 a 10).


Parábola do Mau Rico

5. Havia um homem muito rico que se vestia de púrpura e linho, e que se banqueteava todos os dias. Havia, também, um mendigo chamado Lázaro, deitado à sua porta, todo coberto de chagas e que desejava saciar-se com as migalhas que caíam da mesa do rico. Mas não lhe sobrava quase nada, e os cães ainda vinham lamber suas feridas. O mendigo morreu e foi levado pelos anjos ao encontro de Abraão. O rico também morreu e foi para o inferno. Quando o rico estava no auge do seu sofrimento, elevou os olhos ao alto e viu de longe Abraão com Lázaro ao seu lado, e, aos gritos, disse: "Meu pai Abraão, tenha piedade de mim e mande Lázaro aqui, para que ele molhe a ponta do seu dedo na água e refresque minha sede, pois sofro muito nesse lugar."

Porém, Abraão lhe respondeu: "Meu filho, você deve lembrar que recebeu seus bens em vida, enquanto Lázaro apenas recebeu migalhas. Por isso, ele está agora na consolação e você nos tormentos. Além disso, nesse momento, existe um grande abismo entre nós, pois aqueles que estão aqui não conseguem chegar até aí, e os que estão aí também não conseguem passar para o lado de cá."

Então, o rico disse: "Eu lhe suplico, pai Abraão, para que envie Lázaro à casa de meu pai, onde tenho cinco irmãos, a fim de contar-lhes o quanto estou sofrendo, para que eles também não venham parar nesse lugar horrível." E Abraão lhe respondeu: "Eles já têm os ensinamentos de Moisés e dos Profetas, que eles sigam esses ensinamentos." "Meu pai Abraão", disse o rico, "se algum dos mortos for encontrá-los, eles se submeterão a sacrifícios a fim de resgatar os pecados que cometeram." Abraão lhe respondeu: "Se eles não ouvem nem a Moisés e nem aos Profetas, não acreditarão em mais nada, ainda que algum dos mortos ressuscite." (Lucas, 16:19 a 31)


Parábola dos Talentos

6. O Senhor age como um homem que, tendo que fazer uma longa viagem para fora de seu país, chamou seus servidores e lhes entregou seus bens. Distribuiu seus talentos segundo a capacidade de cada um. Ao primeiro, deu cinco, ao segundo, dois e ao terceiro, somente um, e depois partiu. Aquele que havia recebido cinco talentos negociou com o dinheiro e ganhou outros cinco. Aquele que havia recebido dois, também negociou e ganhou mais dois talentos. Porém, o servidor que recebeu apenas um talento, cavou um buraco na Terra e lá guardou o dinheiro de seu amo. Depois de muito tempo, o Senhor retornou da viagem e chamou seus servidores para que lhe prestassem contas. Aquele que recebeu cinco talentos, apresentou-se e disse: "Senhor, recebi cinco talentos e trago, além desses, outros cinco que ganhei." E o amo lhe disse: "Bom e fiel servidor, porque você foi fiel com pouca coisa, vou dar-lhe muito mais, venha e compartilhe da minha alegria." Aquele que recebeu dois talentos também se apresentou e disse: "Senhor, recebi dois talentos e trago, além desses, outros dois que ganhei." E o amo lhe disse: "Bom e fiel servidor, porque você foi fiel com pouca coisa, vou dar-lhe muito mais, venha e compartilhe, também, da minha alegria." Aquele que tinha recebido apenas um talento apresentou-se em seguida e disse: "Senhor, sei o quanto é exigente e que colhe onde não semeou, por isso, com medo, escondi o talento na Terra, devolvo agora o que lhe pertence." Porém, o amo lhe disse: "Servidor mau e preguiçoso, se você sabia que eu era exigente, deveria ter colocado meu dinheiro no banco para que, após o meu retorno, eu pudesse retirar com juros o que me pertencia. Tirem dele o talento e deem ao servidor que possui dez talentos. Porque é preciso dar a todos os que têm e eles ficarão na abundância, mas daquele que nada tem, deve-se tirar até mesmo o que ele parece ter. Joguem, portanto, esse servidor inútil nas trevas, onde haverá prantos e ranger de dentes." (Mateus, 25:14 a 30)


Utilidade Providencial da Riqueza - Provas
da Riqueza e da Miséria

7. Não podemos interpretar as palavras de Jesus ao pé da letra; precisamos entender o seu sentido; caso contrário, a riqueza se tornaria um obstáculo absoluto à salvação daquele que a possuísse. Deus não colocaria a riqueza na mão do homem, se ela fosse um instrumento inevitável de perdição; esse pensamento contraria a razão. A riqueza é, sem dúvida, uma prova muito arriscada, chegando a ser mais perigosa do que a miséria, em virtude das tentações que oferece e da fascinação que exerce. A riqueza também é o maior estimulante de orgulho, do egoísmo e da vida sensual. É o laço mais forte que prende o homem à Terra e desvia seus pensamentos do Céu. Causa tamanha perturbação, o que vemos, frequentemente, aquele que passa da miséria à fortuna esquecer-se rapidamente de sua condição anterior. Esquece daqueles que foram seus companheiros e que o ajudaram, tornando-se insensível, egoísta e fútil. Embora a riqueza dificulte o caminho para o aperfeiçoamento, ela não o torna impossível e pode até vir a ser um meio de salvação na mão daquele que a souber utilizá-la. O mesmo ocorre com certos venenos que restabelecem a saúde, quando empregados de modo correto e com equilíbrio.

Quando Jesus responde ao jovem que O perguntava sobre os meios de alcançar a vida eterna: "Você deve desfazer-se dos bens que possui e depois Me seguir.", não pretendeu estabelecer como princípio absoluto que cada um se desfaça do que possui e que a salvação só se consegue a esse preço. Pretendeu, apenas, mostrar que o apego aos bens terrenos é um obstáculo à salvação. De fato, aquele jovem julgava-se sem dívidas para com a Lei, porque cumpria os mandamentos, mas recuou diante da ideia de vender seus bens e dar o dinheiro aos pobres. Seu desejo de alcançar a vida eterna não ia até o sacrifício de abandonar os bens que possuía.

A proposta de Jesus era uma questão decisiva, com o objetivo de colocar às claras o verdadeiro pensamento do jovem. Ele podia, sem dúvida, ser um homem honesto perante o mundo, não fazer o mal a ninguém, não maldizer seu próximo, não ser leviano nem orgulhoso, honrar seu pai e sua mãe. Porém, não possuía a verdadeira caridade no coração; sua virtude não chegava até a renúncia em favor do próximo. Nessa passagem, Jesus quis demonstrar a aplicação do princípio: "Fora da caridade não há salvação.".

Se as palavras de Jesus fossem levadas ao pé da letra, determinariam a eliminação da riqueza, por ser prejudicial à felicidade futura e por causar inúmeros males à Humanidade; determinariam, também, a condenação do trabalho, que pode proporcionar riqueza. Estas consequências são absurdas, pois reconduziriam o homem à vida selvagem, e estariam em contradição com a Lei do Progresso, que é uma Lei de Deus.

Se a riqueza é a fonte de muitos males, se estimula tanto as paixões nocivas, se provoca tantos crimes, não é a ela que devemos culpar, e sim o homem que dela faz mau uso, assim como faz mau uso de todas as dádivas que recebe de Deus. Pelo abuso, o homem torna ruim o que poderia lhe ser útil. É a consequência do seu estado de inferioridade no mundo em que vivemos. Se a riqueza produzisse somente o mal, Deus não a teria colocado na Terra. Cabe ao homem utilizá-la somente para o bem. Se ela não é um componente direto do progresso moral, é, sem dúvida, um poderoso componente do progresso intelectual.

O homem tem por missão trabalhar pelo aprimoramento material do planeta. Deve cultivar, limpar e preparar e Terra para que ela receba, no futuro, toda a população que sua extensão comporta. Para alimentar a população, que está sempre crescendo, é preciso aumentar a produção de alimentos. Se a produção de um país não é suficiente, é preciso que ele busque os alimentos fora de seu território. Assim, as relações entre os povos tornam-se uma necessidade. Para que essa relações fiquem mais fáceis, é preciso eliminar os obstáculos materiais, tornar as comunicações mais rápidas. Para a execução dos grandes trabalhos, o homem teve que procurar material nas próprias entranhas da Terra. Procurou, na Ciência, os meios para que fossem executados com mais segurança e rapidez. A necessidade fez com que ele produzisse a riqueza e fez, também, com que ele descobrisse a Ciência. A atividade exigida por esses trabalhos aumenta e desenvolve a inteligência humana. A mesma inteligência, utilizada na satisfação de suas necessidades materiais, o ajudará, mais adiante, a compreender as grandes verdades morais. A riqueza é, portanto, o principal meio de realização das necessidades do homem. Sem ela, não haveria grandes empreendimentos, nem atividades, nem estímulos e nem pesquisas. É com razão que ela é considerada um fato de progresso.


Desigualdade das Riquezas

8. A desigualdade das riquezas é um desses problemas que, inutilmente, se procura resolver quando se leva em conta apenas a vida atual. A primeira questão que se apresenta é esta: por que todos os homens não são igualmente ricos? Não o são por uma razão muito simples: é porque ele não são igualmente inteligentes, participativos e trabalhadores para adquirir os bens, nem igualmente moderados e previdentes para conservá-los. Está matematicamente demonstrado que, se a riqueza fosse igualmente repartida, caberia a cada um uma parte mínima e insuficiente. Imaginando-se que essa divisão pudesse ser feita, o equilíbrio seria rompido em pouco tempo, porque as pessoas possuem capacidades e aptidões diferentes entre si. Supondo-se que essa divisão, além de ser feita, se mantivesse ao longo do tempo, o resultado seria a interrupção das grandes obras que contribuem para o progresso e o bem-estar da Humanidade. O homem, ao perceber que já possui o necessário, sentir-se-ia desestimulado às grandes descobertas e aos empreendimentos úteis. Se Deus concentra a riqueza em certos pontos, é para que ela dali se distribua em quantidade suficiente, segundo as necessidades de cada um.

Ao se admitir isso, pergunta-se: por que Deus concede a riqueza para pessoas incapazes de fazê-la frutificar para o bem de todos? Ainda aí está uma prova da sabedoria e da bondade de Deus. Ao dar ao homem a liberdade de agir, Deus quis que ele chegasse, pela própria experiência, a distinguir o bem do mal, e que a prática do bem fosse o resultado de seus esforços, e de sua própria vontade. O homem não deve ser conduzido, de maneira definitiva, nem para o bem, nem para o mal, porque estão ele seria, a exemplo dos animais, apenas um ser passivo e sem responsabilidade. A riqueza é um meio de colocá-lo à prova, moralmente. Mas como ela é também um poderoso meio de ação para o progresso, Deus não quer que ela fique muito tempo improdutiva, e é por isso que Ele a transfere incessantemente. Todos devem possuí-la para aprender a utilizá-la e demonstrar que sabem fazer bom uso dela. Mas é materialmente impossível que todos a possuam ao mesmo tempo. Se todos fossem ricos, ninguém trabalharia, e o progresso da Terra ficaria prejudicado. É por essa razão que cada um a possui por sua vez. Assim, quem não possui a riqueza hoje é porque já a possuiu antes, ou a possuirá em uma próxima existência, e quem a tem hoje poderá perdê-la-amanhã. Existem ricos e pobres porque Deus, sendo justo como é, determina que cada um trabalhe por sua vez. A carência é para uns a prova da paciência e da resignação; a riqueza é, para outros, a prova da caridade e da abnegação.

É com razão que se lamenta o uso que algumas pessoas fazem de suas riquezas; são vergonhosas as paixões que a ambição provoca. Então, se pergunta: Deus é justo dando a riqueza a tais pessoas? É claro que, se o homem tivesse apenas uma existência, nada justificaria tal repartição dos bens terrenos. Entretanto, se em vez do homem limitar sua visão à vida presente, considerar o conjunto das existências, percebe que tudo se equilibra com justiça. Assim, o pobre não tem motivos para acusar a Providência, nem para invejar os ricos, nem os ricos têm motivos para se vangloriarem do que possuem. Se eles abusam da riqueza, não será com decretos nem com Leis que limitem o uso do luxo e do supérfluo que se diminuirá o mal. As leis podem, momentaneamente, modificar as aparências, mas não podem modificar a essência do sentimento humano. É por isso que essas Leis têm apenas uma duração temporária e são sempre recebidas com uma certa revolta. A origem do mal está no egoísmo e no orgulho. Os abusos de toda espécie cessarão por si mesmos, quando os homens se conduzirem pela Lei da Caridade.

Instruções Dos Espíritos:

A Verdadeira Propriedade
Pascal - Genebra, 1860.

9. O homem, na verdade, só é proprietário daquilo que ele pode levar deste mundo. Das coisas que ele encontra ao chegar e do que ele deixa ao partir, só as usufrui durante o período que permanece na Terra. Ao desencarnar, o homem é forçado a abandonar tudo, por isso, apenas usufrui de seus bens enquanto estiver na Terra. Assim, não tem sobre eles a posse verdadeira. Do que, então, ele é proprietário? Nada do que se destina ao uso do corpo e tudo o que se destina ao uso da alma: a inteligência, os conhecimentos e as qualidades morais, é isso o que ele leva consigo. Esses valores ninguém poderá lhe retirar e terão muito mais utilidade no Mundo Espiritual do que neste. Então, dependerá somente do homem estar maus rico ao partir do que quando chegou a este mundo, pois sua posição futura será o resultado do que tiver adquirido em bens morais. Quando um homem viaja para um país distante, arruma sua bagagem com objetos que terão serventia naquele país e não leva os que não lhe serão úteis. Façam o mesmo em relação à vida futura e carreguem tudo o que lá poderá servi-los.

O viajante que chega a uma estalagem receberá um bom alojamento, se puder pagar. Aquele que pouco possui, vai receber acomodações menos agradáveis. Aquele que nada tem, será deixado ao relento. O mesmo acontece com o homem quando retorna ao Mundo dos Espíritos. O lugar para onde ele irá depende de suas posses morais e não será com ouro que ele poderá pagá-lo. Ninguém lhe perguntará: Quanto você tinha na Terra? Que posição social ocupava? Você era príncipe ou operário? Mas lhe será perguntado: O que você traz consigo? Não será levando em conta nem o valor de seus bens nem os seus títulos, mas sim a soma de suas virtudes. Portanto, é desse modo que o operário poderá ser mais rico que o príncipe. Em vão o homem poderá alegar que, antes de partir, pagou com ouro sua entrada no Céu, pois terá como resposta: Aqui os lugares não são comprados, são conquistados pela prática do bem. Com a moeda terrestre, você pôde comprar campos, casas, palácios, porém, aqui, tudo é pago com as qualidades da alma. Se você é rico dessas qualidades, seja bem-vindo e ocupe a primeira fila, onde todas as felicidades o esperam. Se não as possui, vá para os últimos lugares, onde o tratarão de acordo com suas posses.


M., Espírito Protetor - Bruxelas, 1861.

10. Os bens da Terra pertencem a Deus, que os distribui de acordo com a Sua vontade. O homem, sendo um administrador mais ou menos íntegro e inteligente, apenas usufrui desses bens sem ter sobre eles a posse. Esses bens não constituem propriedade individual do homem e Deus, frequentemente, frustra todas as previsões, fazendo com que a riqueza escape daquele que acreditava ter sobre ela todos os direitos.

Podemos pensar que isso só acontece em relação aos bens herdados, e não em relação à riqueza adquirida pelo trabalho. Sem dúvida, se existe riqueza legítima, é aquela que foi adquirida honestamente e que, para possuí-la, não se prejudicou ninguém. Serão exigidas rigorosas contas de todo dinheiro ganho com o prejuízo de alguém. O homem que conquistou a riqueza por si mesmo não terá vantagem alguma ao morrer, e são, muitas vezes, inúteis os cuidados que ele toma para transmiti-la a seus descendentes. Se Deus não quer que ela seja transmitida, nada poderá prevalecer sobre a Sua vontade.

Pode o homem usar e abusar de sua riqueza, impunemente, sem ter que prestar contas? Não, pois ao permitir sua posse, Deus talvez quisesse recompensá-lo por seus esforços, sua coragem e sua perseverança nesta vida. Se ele utilizar a riqueza somente para satisfazer seus desejos e seu orgulho, ela se tornará um motivo de queda em suas mãos e melhor teria sido, para ele, não a ter possuído. Nesse caso, além de perder o que ganhou, ele mesmo anula o mérito do seu trabalho. Quando deixar a Terra, Deus lhe dirá: "Você já recebeu sua recompensa.".

Emprego da Riqueza
Chevrus - Bordeaux, 1861.

11. Não se pode servir a Deus e a Mamon. Guardem bem isso, vocês que são dominados pelo amor ao ouro e que venderiam suas almas para possuir tesouros, pois eles os colocariam acima dos outros homens e dariam os prazeres das paixões. Não, não se pode servir a Deus e a Mamon! Se a alma de vocês está dominada pela ambição da carne, procurem se apressar para se libertarem desse domínio que os oprime, porque Deus, justo e severo, Lhes dirá: "O que fizeram, administradores infiéis, com os bens que Eu confiei a vocês? Empregaram esse poderoso instrumento de boas obras apenas para suas satisfações pessoais.".

Qual é, então, o melhor emprego que se pode dar à riqueza? Procurem neste ensinamento: "Amem-se uns aos outros", pois aí está o segredo para o bom emprego das riquezas. Aqueles que amam o próximo já têm sua linha de conduta traçada. Empregar a riqueza para fazer a caridade é o que mais agrada a Deus. Não a caridade fria e egoísta, que consiste em espalhar ao seu redor apenas o que lhe sobra, mas sim a caridade cheia de amor, que procura o infortunado e o socorre sem humilhá-lo.

Ricos, deem aquilo que lhes sobra; façam melhor, deem um pouco do seu necessário, pois ainda é excessivo, mas deem com sabedoria. Não rejeitem aquele que se queixa, com medo de serem enganados por ele, mas procurem a origem do mal. Ajudem primeiro e só depois se informem e verifiquem se os seus esforços, os seus conselhos e até mesmo suas afeições não serão mais eficazes do que simplesmente dar uma esmola. Espalhem, em sua volta, o amor a Deus, o amor ao trabalho e o amor ao próximo. Coloquem suas riquezas sobre uma base segura, ou seja, a das boas obras, e elas lhes garantirão grandes lucros. A riqueza da inteligência deve servi-los como a riqueza material. Transfiram seus conhecimentos, instruindo aqueles que puderem, amem seus irmãos e verão os benefícios frutificarem.


Um Espírito Protetor - Cracóvia, 1861.

12. Quando considero a brevidade da vida, causa-me dolorosa impressão o fato de possuírem como objetivo permanente a conquista do bem-estar material. Os homens dão pouca importância e dedicam pouco tempo para seu aperfeiçoamento moral, que é o que será levado em conta na eternidade. Aliás, o aperfeiçoamento moral deveria ser uma questão do mais alto interesse para a Humanidade. Na realidade, os interesses de vocês estão em satisfazer seus exageros, suas vaidades e seus excessos. Quanto sofrimento, quantos cuidados e tormentos, quantas noites em claro para aumentar uma fortuna muitas vezes já mais do que suficiente! O cúmulo da cegueira é ver pessoas se sujeitando a trabalhos árduos, vangloriando-se de uma existência dita de sacrifícios, tudo por amor excessivo ao dinheiro e aos prazeres que ele proporciona, como se trabalhassem somente para os outros e não para si mesmos. Insensatos! Acreditam realmente que serão levados em conta os esforços cujo egoísmo, orgulho e vaidade são os verdadeiros responsáveis? Acreditam que alguma coisa será considerada, se não derem importância ao futuro, se não auxiliarem o próximo, vocês que possuem uma boa posição social? Pensaram apenas no corpo, em seu bem-estar, seus prazeres. Esses são os únicos objetivos das preocupações egoístas que possuem. Pelo corpo, que um dia vai morrer, descuidaram-se do Espírito que viverá eternamente. Assim, esse corpo, tão estimado e acariciado por vocês, tornou-se um tirano, fazendo com que o Espírito se torne um verdadeiro escravo. Seria esse o objetivo da existência que Deus concedeu aos homens?


Fénelon - Argela, 1860.

13. O homem é o administrador dos bens que pertencem a Deus e terá que prestar contas rigorosas do emprego que deles fizer, usando o seu livre-arbítrio. O mau uso desses bens consiste em utilizá-los apenas para sua satisfação pessoal. Ao contrário, o bom uso consiste em utilizá-lo para beneficiar o próximo, e o mérito será proporcional ao sacrifício que para isso o homem tiver que suportar. A caridade é apenas uma das maneiras de se empregar a riqueza. Ela alivia a miséria atual, mata a fome, protege do frio e dá asilo aos abandonados. A riqueza também possui o grande dever de prevenir a miséria. Eis a missão das grandes fortunas: gerar e executar trabalhos de toda espécie. Mesmo que a atividade da riqueza resulte em ganho para aqueles que a possuam, ainda assim, o bem não deixa de ser feito. O trabalho desenvolve a inteligência e aumenta a dignidade do homem, pois permite que ele diga com satisfação, que trabalha para ganhar o pão que o alimenta, ao passo que a esmola humilha e envergonha. A riqueza concentrada em uma só mão deve ser como uma fonte de progresso, espalhando produtividade e bem-estar ao seu redor.

Os ricos, que empregam a riqueza segundo a vontade de Deus, serão os primeiros a se beneficiar dessa fonte generosa, e terão, ainda nessa vida, os indescritíveis prazeres da alma, em vez dos prazeres materiais do egoísta, que sempre produzem um vazio no coração. Ricos, seus nomes serão abençoados na Terra, e quando retornarem, o soberano Senhor dirá, como na parábola dos talentos: "Bom e fiel servidor, compartilha da Minha alegria!". Nessa parábola, o servidor que guardou na terra o dinheiro que lhe foi confiado representa as pessoas avarentas, em cujas mãos a riqueza se torna improdutiva. Se Jesus fala principalmente das esmolas, é porque, no seu tempo e no país onde vivia, ainda não se conheciam os trabalhos que a arte e as indústrias mais tarde criariam. Através desses trabalhos, a riqueza pôde ser utilizada em benefício de todos . Aos que podem dar, independentemente de ser muito ou pouco, eu direi: deem a esmola quando for necessário, mas, sempre que possível, a transformem em salário, a fim de que aquele que a receba não tenha do que se envergonhar.


Desprendimento dos Bens Terrenos
Lacordaire - Constantina, 1863.

14. Venho, meus amigos, trazer o meu auxílio para ajudá-los a caminhar corajosamente na via do aperfeiçoamento em que entraram. Somos devedores uns dos outros, e somente pela união sincera e fraternal entre os Espíritos e os Homens é que esse melhoramento será possível.

O apego aos bens terrenos é um dos maiores obstáculos ao adiantamento moral e espiritual do homem. Pelo desejo de possuírem esses bens, destroem seus sentimentos de afetividade e colocam suas energias inteiramente na conquista das coisas materiais. Sejam sinceros: a riqueza proporciona uma felicidade sem problemas? Quando os cofres estão cheios, não existe sempre um réptil escondido? Deus aprova e considera muito justa a satisfação sentida pelo homem que, através de um trabalho honrado e constante, consegue sua fortuna. Porém, dessa satisfação a um apego que absorva todos os outros sentimentos e provoque a frieza do coração existe uma distância tão grande quanto a que separa a mesquinhez do esbanjamento, dois vícios entre os quais Deus colocou a caridade, santa e salutar virtude, que ensina o rico a dar sem orgulho para que o pobre receba sem humilhação.

Quer a riqueza tenha vindo de família, quer tenha sido adquirida pelo trabalho, existe uma coisa que não devem esquecer nunca: tudo o que vem de Deus, retorna a Deus. Nada, na Terra, pertence aos homens, nem mesmo o corpo que usam: a morte os liberta do corpo como todos os bens materiais. Considerem-se como aqueles a quem foi confiado um depósito; por isso, não são proprietários, não se enganem. Deus emprestou a vocês e devem Lhe restituir, pois Ele empresta sob a condição de que, pelo menos, o supérfluo reverta em favor daqueles que não têm o necessário.

Quando um amigo empresta um dinheiro, mesmo que vocês sejam honestos, existirá sempre a obrigação de devolver o empréstimo e ainda ficarem agradecidos. Essa também é a posição de todo homem rico, pois Deus é o amigo celeste que lhe emprestou a riqueza. Ele não pede nada além de amor e reconhecimento, mas exige que o rico dê aos pobres, que, assim como ele, também são Seus filhos.

Os bens que Deus confia aos homens despertam uma ardente e louca ambição em seus corações. Ao se apegarem loucamente a uma riqueza, tão perecível e passageira quanto o corpo que utilizam, esquecem que um dia terão que prestar contas ao Senhor do que Ele lhes emprestou. A riqueza lhes impõe o título de ministros da caridade na Terra, e terão que distribuí-la com inteligência. Quando utilizam a riqueza em benefício próprio, tornam-se iguais àqueles a quem foi confiado um depósito e dele não souberam cuidar. O esquecimento voluntário dos deveres se acabará com a morte, que resgatará o véu debaixo do qual se escondem. Então, terão que prestar contas até mesmo para com aquele amigo esquecido, que um dia os ajudou e que, nesse momento, se apresenta diante de vocês com a autoridade de um juiz.

É em vão que na Terra procurem se iludir, chamando de virtude o que, frequentemente, não passa de egoísmo. O que chamam de economia e previdência não passa de ambição e pão-durismo. O que chamam de generosidade não passa de esbanjamento em favor próprio. Ao deixar de fazer a caridade, um pai de família economiza, junta ouro sobre ouro e diz que tudo isso é para deixar seus filhos com a maior quantidade de bens possíveis, evitando, assim que eles caiam na miséria. É muito justo e paternal e não se pode censurá-lo por isso, mas será esse o único objetivo a orientá-lo? Não estará ele, muitas vezes, se desculpando para com sua própria consciência? Justificando aos próprios olhos e aos olhos do mundo o apego pessoal aos bens terrenos? Admitindo-se que o amor paternal seja seu único propósito, será isso motivo para esquecer seus irmãos perante Deus? Se ele mesmo já tem o supérfluo, deixará seus filhos na miséria, só porque terão um pouco menos desse supérfluo? Não estará ele dando uma lição de egoísmo e endurecendo o coração de seus filhos? Não estará ele desestimulando-os a praticar o amor ao próximo? Pais e mães, vocês cometem um grande erro acreditando que, desse modo, conseguirão maior afeição de seus filhos. Se eles são ensinados a serem egoístas com os outros, também serão com vocês.

Quando um homem acumula bens pelo suor de seu trabalho, ouvimos dizer frequentemente: "Quando o dinheiro é ganho com esforço, sabemos lhe dar o valor.". Nada pode ser mais verdadeiro. Se esse homem que diz conhecer o valor do dinheiro, fizer a caridade segundo suas possibilidades, terá um mérito muito maior do que aquele que já nasceu rico e desconhece as difíceis fadigas do trabalho. Porém, se esse homem que recorda do esforço e do sofrimento que passou para adquirir sua fortuna, se torna egoísta, insensível para com os pobres, será bem mais culpado do que aquele que já nasceu rico. Porque, quanto mais cada um conhece, por si mesmo, as dores ocultas da miséria, mais deve se empenhar em ajudar os outros.

Infelizmente, o homem de posses sempre carrega consigo um outro sentimento, tão forte quanto o apego à riqueza; é o sentimento do orgulho. É comum ver-se o novo-rico importunar o infeliz que implora sua ajuda, com o relato de suas obras e de suas habilidades. Em vez de ajudá-lo, ainda lhe diz: "Faça como eu fiz.". Em sua opinião, a bondade de Deus em nada influiu para que ele conquistasse sua riqueza. O mérito cabe somente a ele. Seu orgulho lhe coloca uma venda nos olhos e lhe tapa os ouvidos. Apesar de toda sua inteligência e capacidade, não compreende que Deus pode derrubá-lo com uma só palavra.

Desperdiçar a riqueza não significa desprendimento dos bens terrenos; é, antes, descaso e indiferença. O homem, como administrador desses bens, não tem o direito de esbanjá-los ou usá-los em benefício próprio. O gasto irresponsável não é generosidade; é, quase sempre, uma forma de egoísmo. Aquele que esbanja ouro para satisfazer uma fantasia, talvez não dê um centavo para prestar um auxílio. O desprendimento dos bens terrenos consiste em dar à riqueza o seu verdadeiro valor, em utilizá-la em favor dos outros e não somente em benefício próprio, em não sacrificar, por ela, os interesses da vida futura. Desprendimento dos bens terrenos também consiste em perder a riqueza sem reclamar, se Deus assim julgar necessário. Se, por uma infelicidade inesperada, ficarem como , digam o mesmo que ele: "Meu Deus, o Senhor me deu, e o Senhor me tirou, que seja feita a Sua vontade.". Eis o verdadeiro desprendimento.

Sejam, antes de tudo, submissos. Tenham fé Naquele que, assim como deu e tirou, pode devolver. Resistam, com coragem, ao abatimento, ao desespero que paralisa as forças. Nunca esqueçam que, ao lado de uma prova difícil, Deus sempre coloca uma consolação. Existem bens infinitamente mais preciosos que os bens da Terra, e esse pensamento os ajudará a se desprenderem deles. Quanto menos valor derem a uma determinada coisa, menos sensíveis ficarão em relação a sua perda. O homem que se apega aos bens da Terra é como uma criança que apenas vê o momento presente. Aquele que não se apega aos bens terrenos é como o adulto, que vê somente as coisas mais importantes, pois compreende as palavras proféticas do Salvador: "O Meu Reino não é deste mundo.".

O Senhor não solicita a ninguém para que se desfaça daquilo que possui e se torne mendigo voluntário, porque, nesse caso, essa pessoa seria uma carga a mais para a sociedade. Agir desse modo é compreender mal o ensinamento do desprendimento dos bens terrenos. É, antes, outro tipo de egoísmo, pois essa pessoa estará fugindo à responsabilidade que a riqueza faz pesar sobre os ombros de quem a possui. Deus dá a riqueza a quem Lhe parece ser bom para administrá-la em benefício de todos. O rico tem, portanto, uma missão que ele pode tornar bela e proveitosa para si mesmo. Rejeitar a riqueza quando é dada por Deus, é renunciar ao bem que se pode fazer administrando-a com sabedoria. Saber viver sem a riqueza quando não a temos, saber empregá-la utilmente quando a possuímos e saber sacrificá-la quando for necessário é agir de acordo com a vontade do Senhor. Aqueles que recebem uma boa fortuna devem dizer: "Meu Deus, o Senhor me enviou uma nova tarefa, me envia também as forças para desempenhá-la segundo a Sua santa vontade.".

Eis, meus amigos, o que eu queria ensinar quanto ao desprendimento dos bens terrenos, e resumirei, dizendo: Aprendam a se contentar com pouco. Se forem pobres, não invejem os ricos, pois a riqueza não é necessária para a felicidade. Se forem ricos, não esqueçam que seus bens lhes foram confiados, e que terão que justificar o emprego que fizerem deles, como quem presta contas sobre um empréstimo recebido. Não façam como aquele a quem foi confiado um depósito e dele não soube cuidar, fazendo com que servisse apenas para satisfação do orgulho e da sensualidade. Não se julguem com o direito de aproveitar, somente em benefício próprio, a riqueza recebida: ela não lhes foi dada, e sim emprestada. Se não sabem fazer com que ela frutifique, não têm o direito de pedir. Lembrem-se de que aquele que dá aos pobres, salda a dívida que contraiu com Deus.


Transmissão da Riqueza
São Luís - Paris, 1860.

15. O homem é apenas o depositário da fortuna que Deus lhe permite utilizar durante a vida na Terra. Após seu desencarne, terá ele o direito de transmitir essa fortuna a seus descendentes?

O homem, ao desencarnar, pode perfeitamente transmitir os bens que utilizou durante a vida, mas a consolidação desse desejo estará sempre subordinada à vontade de Deus, pois Ele pode, quando quiser, impedir que os descendentes recebam esses bens. É por isso que vemos ruírem fortunas que pareciam solidamente constituídas. Assim, o homem é impotente quanto à vontade que possui de querer manter sua fortuna em família. Porém, isso não lhe tira o direito de transmitir o empréstimo que recebeu, uma vez que Deus poderá retirá-lo de seus descendentes, se assim achar necessário.


Comentários

1. Mamon - É o Deus da riqueza. O ensinamento de Jesus: Não se pode servir a Deus e a Mamon, é uma advertência para aqueles que só valorizam as coisas materiais (Mamon), descuidando-se do lado espiritual (Deus).

2. Camelo e cabo - A língua hebraica utilizava a mesma palavra para designar camelo e cabo. O cabo era uma corda grossa e feita com os pelos do camelo. Na tradução, foi utilizado o significado "camelo", é bem provável que no pensamento de Jesus estivesse o significado "cabo", pois este é, pelo menos, bem mais compreensível.

3. Resguardar-se da avareza - Os bens que devemos acumular são os bens morais, pois serão apenas esses que levaremos para a Pátria Espiritual, em benefício nosso e do nosso próximo.

4. Abraão - Nasceu dois mil anos antes de Cristo, na cidade de Ur (na antiga Mesopotâmia, hoje Iraque). Foi o primeiro patriarca a chefiar uma antiga família do povo hebreu. Abraão significa: "Pai de uma multidão". Combateu a crença de que os ídolos de barro eram deuses e ensinou que todos deveriam adorar a um único Deus. Abraão foi casado três vezes, e desses casamentos descenderam Moisés, Jesus e Maomé, entre outros.

5. Púrpura - Era um tecido que variava da cor violeta até o carmim. Era usado pelas pessoas ricas, pelos reis e sacerdotes.

6. Talento - Medida de peso e unidade monetária dos hebreus, romanos e gregos, na Antiguidade. Parábola dos talentos - Essa parábola refere-se à responsabilidade na multiplicação dos bens que recebemos. Se o Criador houve por bem ofertar-nos a luz do conhecimento espírita, não podemos ocultá-lo com receio de represálias ou dissabores. O terceiro servidor recebe o conhecimento espírita e o devolve intacto, ou seja, não o divulga. Portanto, aqueles que multiplicam o benefício recebido capacitam-se a receberem cada vez mais dos benfeitores espirituais. Porém, aqueles que permanecem estagnados são temporariamente abandonados até que decidam progredir.

14. Jó - Patriarca judeu que escreveu O Livro de Jó, onde encontramos grandes ensinamentos sobre a renúncia e a confiança que devemos ter em Deus. Este livro pertence ao Velho Testamento.








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